Raia no Baixo Alentejo

No Baixo Alentejo, no distrito de Beja, as seguintes vilas e cidade com um valor patrimonial importante para a Linha da Raia:

Alvito

O Castelo de Alvito encontra-se numa num ponto mais elevado das planícies a noroeste de Beja, com a função militar e residencial. Certos autores classificam-no como paço fortificado. Segundo documentos esta região encontrava-se ocupada desde a época romana e que após a sua conquista por mão portuguesa, foi doada por D. Afonso III a D. Estevão Anes, em 1255. Sem herdeiros, D. Estevão Anes deixou esta região, o castelo e povoação à Ordem da Trindade. Em 1280, D. Dinis concedeu o foral Alvito porém o progresso da vila acontece após a implementação de uma feira anual em 1296. Em 1475, o rei D. Afonso V outorgou o título de barão de Alvito a João Fernandes da Silveira e já em 1482, o rei D. João II concedeu o direito deste de construírem um castelo. Porém, as obras deste iniciaram-se apenas em 1494, a cargo do 2º barão de Alvito, D. Diogo Lopes da Silveira, estando concluído em 1504. Com o terramoto de 1755, o castelo sofreu bastantes danos e a sua remodelação e recuperação começou em 1777, a pedido de D. Maria Bárbara de Menezes. Durante as Guerras Liberais, em 1834, o castelo foi atacado e parcialmente danificado, contudo, obteve obras de recuperação. Em 1887, foi assinado uma promessa de compra e venda do castelo, com cláusula de usufruto até à morte entre os proprietários D. José Lobo da Silveira Quaresma e esposa D. Carolina Augusta Duarte e futuro rei D. Carlos. Antes do falecimento dos proprietários, D. Carlos já tinha havido comprado o conjunto fortificado. Em 1910, o Castelo de Alvito foi classificado como Monumento Nacional. E com a implementação da República, D. Manuel II entregou este à Casa de Bragança, em 1915, que se encontra-se até hoje sob sua proteção. A partir do ano de 1941, foram realizadas intervenções de consolidação e reconstrução. Aquando a Revolução dos Cravos, este castelo foi tomado pela Comissão de Moradores de Alvito, que até à data promoveram obras de adaptação. Entre 1980 e 1981, mais intervenções foram realizadas. Com devida recuperação e requalificação, o Castelo de Alvito é constituído um dos estabelecimentos da rede das Pousadas de Portugal.

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Beja

O Castelo de Beja encontra-se a nordeste da cidade, este castelo medieval está disposto numa planta pentagonal, flanqueado por 6 torres, incluindo a torre de menagem. A construção deste castelo e da sua muralha iniciou-se quando D. Afonso III atribuiu o foral a Beja. Já a torre de menagem está associada ao reinado de D. Dinis, é considerada como a torre mais alta em território nacional e é, para muitos investigadores, a torre mais bela, com um carácter bélico e artístico de forma singular. Este conjunto de arquitetura militar ainda inclui o pano de muralha que delimita a cidade antiga, que se conservou até à Guerra da Restauração. A Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais realizou diversas alterações na Casa do Governador, na praça de armas, durante a década de 30, com o objetivo de valorizar e conservar o conjunto fortificado, nomeadamente o Castelo de Beja.

Castelo de Beja

Mértola

O Castelo de Mértola foi edificado na época cristã, obtendo várias transformações e obras de recuperação, ao longo da História. A sua torre de menagem foi erguida em 1292, por ordem de D. João Fernandes, Mestre da Ordem de Santiago e atualmente alberga o núcleo museológico, sendo também um local com excelentes condições para a observação da vila e do território envolvente. Em 1943, este conjunto fortificado foi classificado Monumento Nacional.

Castelo de Mertola

Moura

O Castelo de Moura encontra-se numa posição dominante sobre a sua vila, na confluência da ribeira de Brenhas com a ribeira de Lavandeira, tributárias do rio Ardila e à esquerda do rio Guadiana, atualmente está em área de Reserva Natural. O castelo tinha uma função defensiva, juntamente com as atalaias da Cabeça Gorda, Cabeça Magra, Porto Mourão e Alvarinho. A ocupação de Mouro remonta à época da Idade do Ferro, sendo ocupada sucessivamente por Romanos, Visigodos e por Muçulmanos, que acabou por ser capital de província de Al-Manijah, desde modo, surge a necessidade de construir uma fortificação, que data do século XI até ao início do século XII, que atualmente existem alguns vestígios desta fortificação muçulmana, nomeadamente a Torre da Salúquia.

Durante a época da Reconquista, a povoação estiver tanto sob domínio português como muçulmano, até o total domínio luso em 1232, no reinado de D. Dinis. Concedido o foral, mesmo durante a ocupação muçulmana, o foral em território foi renovado em 1315, procedendo-se assim, à reconstrução do castelo, reaproveitando as antigas muralhas, a cargo da Ordem de Avis, que doou um terço das rendas das igrejas de Moura e Serpa. Durante estas obras, foi erguida uma linha de torres de vigilância, cobrindo toda a raia alentejana. Atualmente, a atalaia da Cabeça Magra ainda persiste.

No século XIV, sob o reinado de D. Fernando, iniciou-se uma segunda cerca amuralhada à povoação. Passando de mão em mãos, o castelo teve obras de modernização e reforço. Até à Guerra da Restauração, que foi erguida uma linha abaluartada, reforçada por revelins. Este conjunto fortificado foi ocupado durante a guerra contra Espanha, na qual as suas muralhas ficaram danificadas, sofrendo mais danos durante o terramoto de 1755.

O Castelo de Mouro, juntamente com as ruínas do Convento das Freiras Dominicanas e a sua Igreja foram classificados como Imóvel de Interesse Público em 1944. Na década de 50, foram realizada obras de intervenção através da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Até aos dias de hoje, sondagens arqueológicas e trabalhados de recuperação tiveram lugar neste conjunto fortificado. Em 2002, foram realizado trabalhos de valorização paisagística no meio envolvente do castelo.

Castelo de Moura

Serpa

A sua ocupação remonta à pré-história, sendo posteriormente romanizado, que ergueu uma fortificação defensiva ao longo da estrada que ligava Beja ao sul de Hispânia. Com a queda do Império Romano, Serpa foi ocupada por Alanos, Vândalos, Suevos, Visigodos e por fim, por Muçulmanos, que a fortificaram. Aquando a Reconquista, a povoação e castelo ficaram sob domínio luso até uma ofensa de Abu Yusuf Ya’qub al-Mansur, até ao rio Tejo em 1191. Mais tarde, D. Sancho II retomou o controlo de Serpa e esta foi entregue a D. Fernando, seu irmão. Após diversos confrontos e disputas jurídicas e depois da retificação da fronteira, sob domínio português, Serpa recebeu o foral em 1295 e iniciou a reconstrução da fortificação muçulmana, aproveitando das muralhas de taipa. Para tal, a Ordem de Avis doou um terço das rendas das igrejas de Moura e Serpa. Ao longo da História, este castelo viu-se figurado, modernizado e recuperado. Durante a Crise de Sucessão de 1580, o povoado e o castelo caíram em mãos espanholas e aquando a Restauração da Independência, estes foram doados a Infante D. Pedro, em 1641, obtendo obras de modernização e fora projetada uma fortaleza abaluartada para defender a povoação, sendo materializada no Forte de São Pedro de Serpa, concluído no ano de 1668.

Com o agravamento das guerras com Espanha, o conjunto fortificado de Serpa ficou severamente danificado ficando em ruínas. Em 1954, o conjunto do castelo e das muralhas foram classificadas como Monumento Nacional. Passado 4 anos, iniciaram-se obras de consolidação do troço do aqueduto perto da Porta de Beja e em 1973, começaram o processo de demolição e desobstrução de novos troços da muralha, bem como obras de recuperação do troço da rua das Varandas e do junto à Porta de Moura e o reboco da Torre do Relógio. Na década de 1980, foram realizadas mais intervenções na zona do castelo. Em 2000, ocorreram fortes temporais na região que ruíram um troço da muralha.

Castelo de Serpa