Património de Alcobaça

“Quem passa por Alcobaça não passa sem cá voltar”

Um concelho com uma herança histórica, arquitétonica e natural, que apresenta as relíquias da Ordem de Cister, a Lagoa de Pataias, o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o Pinhal de Leiria, entre outros que promovem o seu reconhecimento tanto a nível nacional como internacional. O concelho apresenta um património invejável, em que se destacam os seguintes:

Mosteiro de Alcobaça

Este mosteiro cisterciense foi fundado D. Afonso Henriques em 1147, e partir deste cresceu e desenvolveu-se a vila de Alcobaça, no século XV. Este monumento foi concluído a 1222, com um estilo gótico. Durante a Idade Média, este mosteiro rivalizou com outras grandes abadias cistercienses da Europa. Os Coutos de Alcobaça definiram um território administrado pelo este mosteiro, sendo um dos territórios com maiores domínios privados do reino de Portugal, envolvendo concelhos como Nazaré e parte de Caldas da Rainha, juntamente com outras terras adquiridas por escambo, emprazamento, aforamento ou arrendamento, por todo o país. Em 1810, o mosteiro foi parcialmente incendiado por tropas napoleónicas, chefiadas por André Massena. Durante tempos foi gradualmente restaurado. Parte da biblioteca do mosteiro, contendo mais de cem mil tomos e manuscritos foram salva das invasões francesas e de saques dos portugueses, durante as guerras liberais. Atualmente, estes estão preservados em parte na Biblioteca Pública de Braga e na Biblioteca Nacional de Lisboa. A norte do transepto da igreja do mosteiro, encontram-se duas obras de escultura gótica, os túmulos dos eternos apaixonados – o rei D. Pedro e D. Inês de Castro – que contam uma trágica história de amor.

Castelo de Alcobaça

A sua construção remonta ao período visigótico. No século VIII, este castelo estava sob domínio árabe, sendo posteriormente conquistado pelo D. Afonso Henriques em 1148. Depois da sua função como castelo, este foi uma prisão. Com sucessivos terramotos, este monumento ficou bastante degradado. No século XIX, a maioria das pedras da muralha do Castelo de Alcobaça foram vendidas pelo Município, para a construção de casas particulares. Atualmente, este castelo encontra-se me ruínas.

Castelo de Alfeizerão

Situado a três quilómetros de São Martinho, este castelo é o principal ponto defensivo, entre as localidades de Peniche e Nazaré. Este determinou o fenómeno de militarização nesta zona, uma vez que tinha como objetivo ser um ponto de abrigo, algo escasso a norte de Lisboa. O Castelo de Alfeizerão encontra-se numa colina dominante sobre a costa e numa extensão de terra, com 45 metros de altitude. Apesar da degradação da estrutura, ainda existe um pano de muralha, constituído por aparelho isódomo, que ligava dois torreões. O seu recinto seria de planta quadrangular, sendo defendido por oito torreões e continha uma torre de menagem. No século XVI, este entreposto marítimo tinha capacidade para albergar oitenta navios de grande porte, mas ao longo dos séculos, foi marcado por um progressivo declínio. Com o grande terramoto de 1755, parte da fortaleza foi destruída, não sendo reconstruída, resumindo-se a uma grande perda do local em termos militares. Em meados do século XX, o que restava desta fortaleza passou para privados, no ano de 1973, iniciou-se uma abordagem arqueológica, mas não teve continuidade.

Pelourinho de Aljubarrota

A vila de Aljubarrota foi um dos treze coutos de abadia de Alcobaça, fundados por D. Afonso Henriques em 1147. Fazendo parte das terras doadas pelo monarca, em 1153 e 1183, esta era referida como Aljamarôta, oriunda da palavra árabe Aljobbe, significando poço ou cisterna. Em 1316, Aljubarrota recebe a sua primeira Carta de Foral do donatário, abade D. Martinho I. Localizada nas ricas terras de Abadia de Alcobaça, junto dos principais caminhos para chegar a Lisboa, fizeram da vila de Aljubarrota, o palco da sua célebre batalha, em que tropas portuguesas avançaram contra as castelhanas, resultando num das mais importantes vitórias portuguesas. Aljubarrota receberia o foral novo, em 1514, outorgado por D. Manuel, e na sua sequência terá sido construído o seu pelourinho. Este encontra-se na praça do mesmo nome, no centro da vila, junto à antiga Casa da Câmara, atualmente, a Junta de Freguesia, juntamente com a torre sineira, da época de D. Sebastião. Enquanto o pelourinho é símbolo de justiça, levantando-se no frute cilíndrico monolítico, que suporta uma esfera e escudo, estando coberto por um chapéu cardinalício, que faz alusão ao Cardeal Rei D. Henrique, abade comanditário em Alcobaça. Já, a Torre sineira ou Torre do relógio, datada da época de D. Sebastião, aquando a sua estada no Mosteiro de Alcobaça, é um símbolo de poder civil. O pelourinho é considerado como Imóvel de Interesse Público desde 1933. Este conjunto, o pelourinho, torre sineira e casas das Juntas, é considerado como um dos mais belos exemplares arquitetónicos, deste género, em Portugal.

Mosteiro de Santa Maria de Cós

O antigo convento localizava-se nos Coutos de Alcobaça, atualmente, resta apenas a igreja. As origens deste situam-se no século XIII, e conforme alguns historiadores, foi fundado em 1279, por iniciativa do abade alcobacense, D. Fernando. Por outro lado, existem relatos que as primeiras devotas teriam sido mulheres religiosas, que asseguravam o funcionamento da abadia de Alcobaça. Independentemente da sua origem ou edificação, neste convento havia uma comunidade organizada, que vivia a sua vida religiosamente. Apenas em 1532, é que abraçou a regra de Cister, e naturalmente, o mosteiro acompanhou este processo de integração, devendo-se o início da sua construção, nas primeiras décadas do século XVI, ao Cardeal D. Afonso, e o seu término ao cardeal D. Henrique – sendo o responsável pela implementação do dormitório, claustro velho e pela igreja. Com o passar dos anos, este mosteiro necessitou de alterações, melhoramentos e remodelações. Porém, o conjunto mais significativo é o da sacristia, em que se encontram dez painéis que fazem alusão à vida de São Bernardo. Outra obra de destaque é a “Vita et Miracula D. Bernardi Clarevalensis Abbatis”, de Antonio Tempesti, impressa em Roma, no ano de 1587. Desde 1669 a 1676, Josefa de Óbidos trabalhou para Cós, realizando algumas pinturas.

Ascensor do Outeiro de São Martinho do Porto

Localizado no Centro Histórico de São Martinho, este permite aos seus ocupantes observarem a baía e a vila. De livre acesso, este elevador panorâmico e posto de turismo, foi projetado por Gonçalo Byrne e António Falcão de Campos. Durante o inverno (16 de setembro a 21 de junho) está aberto das 10h00 às 21h00. Já no verão, de 22 de junho a 15 de setembro, encontra-se aberto das 10h00 às 00h00.

Hotel Parque

O edifício conhecido atualmente, como Hotel Parque de São Martinho do Porto foi construído no ano de 1910, como habitação de António Rosa, que regressara à vila depois gerar fortuna no Brasil. Este projeto terá pertencido a um arquiteto brasileiro, resultando numa casa de “torna-viagem”, como apelidavam os emigrantes que regressavam às suas terras, para incrementar as fileiras da burguesia local, com os seus lucros e esforços além-mar. As grandes dimensões desta moradia tinham com objetivo demonstrar a todos, a riqueza do seu proprietário. Após vinte anos, este imóvel adaptou-se para a Pensão Rosa, e posteriormente para o Hotel Rosa, antes da designação atual. Uma vez mais, este imóvel é um dos mais importantes e tradicionais locais de veraneio da costa Oeste.

De modo a preservar e dar vida a uma identidade cultural e à memória de uma história sem igual que este concelho nos oferece, destacam-se os seguintes:

Cine-Teatro João D’ Oliva Monteiro

Em 2010, a 20 de agosto, o antigo Cine-Teatro de Alcobaça passou passou a denominar-se Cine-Teatro de Alcobaça João D’ Oliva Monteiro. João d’Oliva Monteiro nascido a 28 de abril de 1903, em Alcobaça. Em 1927, após o regresso à sua vila, desenvolveu diversas atividades que enriqueceram e promoveram Alcobaça, sendo o principal impulsionador do Cine-Teatro de Alcobaça, inaugurado no ano e 1944. João d’Oliva Monteiro faleceu a 28 de dezembro de 1949, em Lisboa. Nove anos depois, 14 associações alcobacenses prestaram homegem à sua memória, elevando no foyer do Cine-Teatro de Alcobaça, com o descerramento de uma lápide em mármore. Em 2010, a Câmara Municipal de Alcobaça homenageou João d’Oliva Monteiro acrescentando o seu nome à denominação do Cine-Teatro.

Centro Cultural Gonçalves Sapinho (CCGS)

Um espaço multifuncional do Externato Cooperativo da Benedita, com as mais avançadas tecnologias, que fazem deste o local preferido para a organização e realização de diversos eventos culturais. Dispondo de condições ímpares na região para a organização de congresso, ações de formação, palestras, espetáculos e apresentações temáticas. Este um auditório com com capacidade para 360 pessoas, uma sala multiuso com lotação para 70 pessoas, uma biblioteca, uma sala de audiovisual, átrios para exposições e um salão para grandes eventos.

Museu do Vinho

Considerado como um adas joias do património vitivinícola nacional. Encontra-se instalado na antiga adega, em que José Eduardo Raposo de Magalhães mandou edificar, em 1874, para implementar e desenvolver a sua produção de vinhos JEM. Este imóvel representa um património museológico de importância, no contexto, da indústria do vinho de Portugal. Durante as décadas de 70,80 e 90, do século XX, foi enriquecido pela personalidade colecionista e obreia do Engenheiro Paixão Marques, delegado regional da JNV/IVV. Este museu contém uma coleção temática vitivinícola que abrange aspetos importantes da cultura material do vinho, com um valor histórico, científico, industrial e etnográfico, desde o século XVII ao século XXI. Atualmente, o Museu do Vinho é composto por um universo com mais de 8.500 peças móveis, a coleção permanente que considera vertentes, como a enologia, a etnologia, a tecnologia tradicional, a arqueologia industrial até às artes gráficas, plásticas ou decorativas. Portanto, este espaço oferece uma coleção de exposições, representações e explicações sobre a viticultura e a vinicultura, nos diversos momentos históricos; as indústrias correlativas, como a tanoaria, engarrafamento, vidro de embalagem, armazenamento, distribuição e o consumo do vinho.

  • Morada – Rua de Leiria Olival Fechado 2460-059 Alcobaça
  • Telefone —262 582 750 (Adega Cooperativa de Alcobaça)
  • Website— www.facebook.com/MuseudoVinhodeAlcobaca
  • Email— museudovinho@cm-alcobaça.pt

Museu da fábrica de faiança Raul da Bernarda

Este museu acolhe algumas das mais representativas e belas peças da produção do Raul da Bernarda & Filhos, Lda. É possível admirar a Faiança Portuguesa, do último século, juntamente com a Faiança de Alcobaça.

  • Morada — Ponte D. Elias 2461-601 Alcobaça
  • Telefone — 92 565 16 38
  • Email — museu.raul.bernarda@cm-alcobaca.pt
  • Quarta a Sexta: 10h às 13h00 / 14h00 às 18h00
  • Sábados, domingos, feriados: 14h às 18h.
  • Entrada Livre

Museu Monográfico do Bárrio

A vila romana de Parreitas, encontra-se nas colinas do Bárrio, debruçando-se sobre a antiga lagoa da Pederneira. Esta é um testemunho da ocupação humana entre os séculos I e IV, herdando uma tradições que remonta, no mínimo ao período Calcolítico. O seu espólio encontra-se no Centro de Informação e Documentação da Villa Romana de Parreitas, cuja reflecção recaí sobre o decorrer dos dias de uma população rural que desenvolvia atividades domésticas, exploratórias de agricultura e pecuárias, da pesca na lagoa e da cerâmica e tecelagem.

  • Morada – Largo João Soares Bárrio 2460-302 Alcobaça
  • Telefone – 262 581 959
  • 10h00 – 12h30 e 14h00 – 16h30 (dias úteis)
  • Entrada gratuita

Museu dos Coutos de Alcobaça

Estuda e intervém na antiga região dos coutos do Mosteiro de Alcobaça, estendendo-se da Serra dos Candeeiros à foz do Rio Alcoa, que encerra relevantes informações da relação multisecular e transconcelhia entre a região e o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, tal como aspetos importantes da atividade anterior e posterior à presença cisterciense.

Museu da Atlantis

Este museu é composto pela fábrica da Vista Alegre Atlantis e um espaço museológico, que presenteia obras-primas de vidro e cristal, juntamente com a história da empresa, desde a sua fundação, em 1945. No museu é apresentado uma pequena exposição sobre a história da fábrica, empresa e dos segredos do cristal.

  • Morada – Casal da Areia Cós 2460-392 Alcobaça
  • Contactos – Telefone – 262 540 269
  • Fax – 262 540 269
  • Website – www.vistaalegreatlantis.com
  • Email: atlantis.alcobaca@vaa.p
  • Segunda-feira a sexta-feira às 10h30 / 11h30 / 14h30 / 15h30 / 17h00 (mediante marcação prévia). Não se efetuam visitas aos fins-de-semana e feriados. Período de encerramento anual da produção no mês de Agosto e Dezembro (Natal).

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